Feeds RSS
Feeds RSS

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Insana despedida

De repente, sem um argumento esclarecedor, decidi que era hora de me despedir de uma pessoa que me admirava, a única que já disse “estou orgulhosa de você”, que acreditava em mim e tentava me fazer enxergar que eu também devia acreditar.

“Quando as coisas começam a me dar sono, quando começo a ficar entediada com algo, eu saio. Eu paro.” – foi o que eu disse à ela. Utilizei-me, como sempre, de uma filosofia inapropriada para o mundo real – a filosofia que sempre usei ao jogar videogame: fase chata ou fase difícil, desligo ou parto para outro jogo.

Sempre sem paciência para tentar de novo ou suportar mais um pouco. Dar uma segunda chance. Já fui embora muitas vezes sem olhar para trás; sem dizer adeus e sem dar oportunidade para que me dissessem. Cursos, escolas, faculdades, trabalhos, grupos... No dia seguinte, simplesmente, não aparecia. Nada de despedidas, nada de explicações aos mais próximos, somente as burocráticas.

Em algumas situações, me arrependi de não ter dado uma segunda chance ou pelo menos ter dado a oportunidade para as pessoas saberem por que eu estava partindo (talvez, nem eu mesma soubesse). Em outras, senti um grande alívio por não mais voltar a ver algo ou alguém.

Mas, hoje, só porque eu não queria mais ouvir o que a pessoa citada no início do texto tinha para me dizer – independente se ela estava certa ou não -, decidi partir, outra vez. Só não imaginava o quanto isso ia me fazer sofrer. Chorei e, ainda estou chorando, por tê-la deixado para trás de forma tão imatura. Por ter deixado o presente que ganhei dessa pessoa momentos antes só para ser mais fácil de esquecer os meus atos e esquecer-me dela. No entanto, isso só reforça o quanto sou idiota, incapacitada para me manter num relacionamento, seja ele qual for.

Deixei para trás, sem ao menos olhar nos olhos, uma pessoa que me ouvia e se preocupava comigo, que estava pronta para me ajudar até do outro lado do mundo. Alguém que gostava de mim até mesmo quando eu falava coisas tão negativas; que me entendia quando eu queria morrer – ao contrário das outras, que achavam que brigar comigo ou contar algo ainda mais triste ia resolver meu problema; que dizia ‘eu não vou te abandonar’.

Mesmo quando me vinha o pensamento “isso é meramente comercial, ela é assim com qualquer um”, não tinha como não reparar em alguns detalhes realmente incomuns. Uma particularidade, inclusive, que deixei para trás: o último presente que ela se preocupou em me dar.

Agora estou sofrendo e mantendo firme o orgulho para não voltar atrás. Talvez eu esqueça; talvez eu realmente volte atrás, mas, falando sério, foi uma das coisas mais estúpidas que já fiz na vida. Estou com medo da minha insistência em desprezar meus sentimentos e em controlar minhas emoções, pois, enquanto isso, faço as pessoas sofrerem. Espero que, com essa desprezível atitude, eu comece a aprender.

Dessa vez, eu também estou sofrendo.

1 comentários:

Anônimo disse...

É... Você é bem idiota mesmo. Como consegue? "Mantendo firme o orgulho"! Aff.

Postar um comentário